Nessa série de posts iniciada recentemente nós vamos falar sobre o Barroco Mineiro, estilo artístico marcante no interior de Minas Gerais, inclusive em Tiradentes. Vem com a gente!

Hoje vamos continuar nossa série especial de textos sobre o Barroco Mineiro. Na primeira publicação, escrevemos um pouco sobre o surgimento do estilo artístico e sobre suas principais características. Se você ainda não leu o texto, clique no link acima e confira. Para dar sequência à nossa abordagem sobre esse tema tão rico, vamos agora falar sobre uma figura marcante na história da arte brasileira: Aleijadinho!

Famoso por suas esculturas religiosas e realistas, com impressionante quantidade e qualidade de detalhes, Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, nasceu, viveu e morreu em Ouro Preto no século XVIII. Pouco se sabe sobre sua real biografia e, por isso, sua imagem segue envolta em mistério e até mesmo certo heroísmo, por ser um ícone artístico do período do Brasil colonial.

Suposto retrato de Aleijadinho Foto: domínio público.

 

A vida do artista

Não existem muitos registros oficiais sobre a vida de Aleijadinho. Praticamente todos os dados que estão disponíveis hoje são derivados de uma biografia que foi escrita por Rodrigo José Ferreira Bretas, em 1858, ou seja, 44 anos após a morte do artista. A obra foi baseada em diversos documentos e depoimentos de indivíduos que supostamente haviam conhecido pessoalmente o artista, mas pouco disso foi comprovado.

Atualmente, historiadores consideram que a biografia adicionou muitos elementos fictícios à história pessoal de Aleijadinho. De certo modo, essa biografia foi o ponto de partida para a criação do mito, por sua abordagem romantizada que elevou a figura do artista a um patamar de ícone.

O que se sabe é que seu pai era um arquiteto e mestre de obras português e sua mãe, uma escrava. Desse modo, Aleijadinho nasceu como escravo e foi alforriado por seu próprio pai, que também era seu senhor, de acordo com a realidade da época. Acredita-se que ele aprendeu a esculpir ainda criança, observando o trabalho de seu pai que produzia em madeira uma grande quantidade de imagens religiosas.

Jesus restaura a orelha de Malco (Prisão de Jesus), Santuário de Congonhas/MG. Foto: Ricardo André Frantz


Obra e legado de Aleijadinho

A maioria das obras realizadas por Aleijadinho é de peças religiosas, que eram as demandas mais comuns no período. Suas produções são marcadas pela leveza, simplicidade e pelo dinamismo, algo que se deve ao perfil da pedra sabão e sua maleabilidade, somado ao grande talento do escultor e sua equipe.

Por volta de 1777, o artista foi diagnosticado com uma doença grave, que causou deformações gradativas em seus membros, principalmente nos pés e nas mãos. Daí surgiu o apelido Aleijadinho, pois o desenvolvimento da doença fez com que ele perdesse dedos dos pés e mãos e passasse a trabalhar de joelhos. Aleijadinho também necessitava de apoio constante para se locomover e, em determinado ponto, preferia trabalhar à noite para não ser visto, pois não aceitava sua condição física.

Grande parte de sua obra encontra-se nas cidades mineiras de Ouro Preto (antiga Vila Rica), São João del Rei, Mariana, Sabará, Congonhas do Campo e Tiradentes. Aqui, sua principal criação foi o desenho da fachada da Matriz de Santo Antônio, ponto turístico que você precisa conhecer


Este foi o texto do mês sobre o Barroco Mineiro. Em breve retornaremos com um novo artigo. Desde já, aguardamos você aqui em Tiradentes.
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